QUANDO FALTA LUZ (Ou sobre a dependência tecnológica)

Reprodução

Certa vez em meu trabalho tive um problema com um software e precisei do auxilio do setor de TI (tecnologia de informação), então depois de várias tentativas de fazer contato via telefone, resolvi me dirigir ao referido setor. Chegando lá, me deparei com uma conversa descontraída entre seus integrantes e de repente escuto a seguinte pérola “não trabalho com papel, só uso tecnologia”. Cara nesse momento me deu uma vontade enorme de me intrometer e dizer que papel é sim uma tecnologia! Mas… me contive e resolvi meu problema, e então segui para meus afazeres, mas aquele episódio ficou em minha memória. É muito interessante que as coisas se encontrem neste patamar, parece que algumas pessoas começam seu entendimento de tecnologia de um certo ponto e ignorem (ou mesmo não se interessam) pelo que veio antes, claro que não é obrigação de ninguém conhecer tudo, mas, eu esperava que almenos uma simples noção de continuidade fosse algo de se esperar, mas a falta disso é própria do senso comum, entendemos como “tecnológico” somente o último lançamento ou algo que esteja longe de nossa realidade.
 
Me lembro nos anos oitenta quando tínhamos filmes extremamente bons sem CGI (Computer Graphic Imagery), ou seja, imagens geradas por computador, a famosa computação gráfica, efeitos práticos e muitas roupas as vezes com o zíper aparecendo. Nestes filmes o futuro sempre era aquela caricatura com luzes piscando, muito neon e carros voadores, mas cá estamos em 2019 e muito pouco disso se concretizou. Mas na medida do possível estamos sim nos beneficiando dos avanços tecnológicos, seja com os aplicativos para Android ou IOS, ou então com o sistema de bilhetagem eletrônico do transporte coletivo. Antes íamos até as locadoras ou baixávamos torrent (Ok ainda baixamos), hoje por um preço até acessível temos uma programação variada direto em nossas casas, mas ao mesmo tempo, esta nossa conectividade e interdependência nos torna tão fortes quanto o nosso elo mais fraco, basta simplesmente puxar a tomada que tudo foge ao controle, lembra-se do famoso “Bug do Milênio”?
 
Ele foi um acontecimento que ocorreu no fim do século XX, e passou de um simples problema relacionado à informática para a preocupação de todo o mundo. Bug é uma expressão que significa falha, um erro de lógica na concepção de um determinado software. Pois bem, nesses tempos procurarei ser mais analógico do que digital, e não depender tando de eletrônicos, não estou dizendo que me tornarei um eremita, mas pode ser uma boa de vez em quando voltar ao bom e velho papel e quem sabe um bom jogo de tabuleiro.





Comentários