RESUMO DO PRIMEIRO CAPITULO DO LIVRO: “ENSINAR A ENSINAR (Didática para o ensino fundamental e médio)”.

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SOBRE O LIVRO

Com a organização das pedagogas Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho, o livro reúne textos de vários autores que, de forma geral, enfocam o sistema educacional brasileiro como uma realidade social, procurando sempre estabelecer uma relação entre a reflexão e a ação didática, não permitindo assim que seja reduzida a uma mera tecnologia. Segundo as organizadoras, o objetivo da obra é o de estabelecer um diálogo com professores, pesquisadores e futuros docentes, sobre os aspectos e rumos do ensino fundamental e médio no Brasil.

SOBRE A AUTORA

Amelia Domingues de Castro e Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Professora Emérita da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual de Campinas.

CAPÍTULO 1 - O ENSINO: OBJETO DA DIDÁTICA


1.1 DIDÁTICA E ENSINO

Infelizmente ainda é comum no campo referente a docência, encontrarmos profissionais atuando em áreas que não são as que estes se qualificaram inicialmente. Isso causa uma certa tensão entre os profissionais, e além disso uma pessoa que não tenha familiaridade com uma disciplina como a Sociologia por exemplo, pode muito bem deixar uma má impressão em seus alunos, tornando-a uma matéria “chata” e sem “aplicabilidade” reforçando o senso comum em relação a ela. A proposta da autora desse capítulo vai de encontro à mesma demanda que relatei no início deste texto, que é chamar à atenção dos educadores e demais profissionais relacionados direta ou indiretamente à educação de que à Didática é uma ciência que possui suas especificidades e métodos próprios, e que o intuito não é ensinar aos docentes sobre suas áreas de conhecimento, mas sim contribuir com a experiência que é transmitir um conhecimento acadêmico para um público leigo e que possui características que devem ser consideradas como por exemplo, faixa etária e capacidade de assimilação, além de outros pontos que vão sendo observados no dia a dia em sala de aula. No início do capítulo a autora deixa claro que o ensino é o objeto de estudo da Didática, e como toda ciência, além de um objeto ela também necessita de um método, mas antes de tentar definir qual o método, ela questiona o que é considerado ensino, ou seja, quais as práticas que foram utilizadas ao longo da história que caracterizam algum tipo de sistematização de transmissão de conhecimento.

Ela chama a atenção para a distinção entre ensino e instrução, e também que diferença entre ambos está na ação de quem executa, usando o termo utilizado pela autora é preciso levar em conta a intencionalidade do transmissor. Uma outra questão levantada por ela e a de que existem modos de interagir entre os indivíduos que não caracterizam o ensino, mais sim processos de comunicação e informação. Lembrando que a autora chama a atenção para a intencionalidade, se os mesmos meios de comunicação utilizados para transmitir programas de entretenimento, por exemplo, transmitirem conteúdo organizado de maneira que divulgue conhecimento para um grande número de pessoas, pode sim ser ferramenta do processo de ensino aprendizagem, me refiro aqui a televisão, rádio e internet, mídias estas que possuem projetos educacionais direcionados para seu público já a algum tempo. Já ao final do primeiro tópico, o discurso se alinha à teoria Piagetiana, considerando a progressividade e a evolução das atividades, instigando no aluno a indagação e o interesse pelo saber, nesse sentido colocando o aluno como centro da ação didática.

Definindo a educação como sendo o objeto da Didática, qual seria então seu campo de atuação? Ora, como toda ciência, ela também carece de estabelecer fundamentos e pressupostos que norteiem sua evolução enquanto área de conhecimento, a autora enumera vários pesquisadores que contribuíram ao longo do século vinte para busca dessa autonomia epistemológica, mais precisamente na segunda metade quando os esforços classificatórios avançaram, trabalhos como o de Benjamim Bloom e Jerome Bruner, que resultaram em dois tipo de fundamentos que são elaboração de teorias de ensino e o delineamento de modelos de ensino. Em certa altura do texto, Amelia Maria de Castro salienta a surpreendente capacidade de assimilação de teorias das mais diversas áreas do conhecimento, tornando-a tão flexível como deve ser o entendimento do pensamento humano em suas especificidades.

Ainda sobre os anos setenta, a autora comenta que as pesquisas educacionais se limitavam ao sentido macro e estatístico da educação, situação que segundo ela começaria a mudar nas décadas seguintes onde foi dada uma enfase maior a produção cientifica e à formação de cursos de pós graduação na área para que em um ambiente influenciado por ideias e pensadores de outros países começasse a perceber a necessidade de uma produção cientifica voltada para as especificidades da realidade brasileira. No mais, Amelia Maria de Castro é otimista quanto a atual e futura situação da Didática, claro que reconhecendo que existem ajustes e revisões a serem feitas, seu animo se deve ao já mencionado por ela caráter antropomorfológico, no sentido de ao mesmo tempo se preocupar em se fixar como área de conhecimento autônomo, não abre mão de beber de fontes que possam somar para a compreensão da realidade brasileira, incluindo agentes e categorias que não eram consideradas pelos pesquisadores de meados dos anos setenta por exemplo, assim, fica esse primeiro capitulo desta obra que reúne a contribuição de vários autores que se uniram para concretizar esta importantíssima obra.

REFERÊNCIA


CASTRO, Amélia Domingues de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira, 2001. 195 p




Comentários

  1. Grata por compartilhar! Parabéns pelo blog! suas postagens são providenciais!

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