A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPIRITO DO CAPITALISMO (RESUMO)


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WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2007 [1904-1905] p. 211.

A REFORMA DO MUNDO OCIDENTAL

CAPÍTULO I – Filiação religiosa e estratificação social
Este livro é um dos clássicos do curso de Ciências Sociais, e também de outras áreas do conhecimento como o Direito e a Economia. Max Weber não é o único a considerar a religião, ou pelo menos, os seus fundamentos e orientações, como sendo determinantes na forma de seus adeptos executarem determinada atividade econômica ou profissional. Emile Durkheim em seu livro: As formas elementares da vida religiosa (1912) analisa as praticas e os dogmas das religiões primitivas como sendo a primeira forma sistemática de produção do conhecimento.

O que diferencia as duas linhas de pensamento é o fato de que enquanto Durkheim procura o que seria elementar em todas as religiões, e dai explicar os seus desdobramentos, Max Weber vai se debruçar em algo mais complexo, fazendo sua análise do Protestantismo, que já é uma reconfiguração de uma construção anterior, como sendo uma das fortes influências para a consolidação do que se conveniou chamar de espírito do capitalismo. Nesse primeiro capítulo Weber discorre à sobre influencia dos segmentos católico e protestante na atividade econômica dos países onde eles se apresentavam como quase que hegemônicos e também como as tradições familiares e religiosas levavam os jovens a escolherem certas carreiras acadêmicas e consequentemente profissionais.

CAPÍTULO II – O espírito do capitalismo
Reflexão sobre o termo “espírito do capitalismo” entendendo que este só pode ter um significado inteligível enquanto particularidade histórica. Nesse capítulo Weber faz uma exposição de sua metodologia: “Por isso, se tentarmos determinar o objeto, a análise e explicação histórica aqui tentada, não podem se feitas em forma de definição conceitual, mas, ao menos no início, como uma descrição provisória do que entendemos aqui por espírito do capitalismo” p.48.

Em seguida Weber enumera algumas citações de Benjamin Franklin, como sendo estas não apenas um meio de fazer a vida, mas sim uma ética particular que expressa o que entendemos por espírito do capitalismo, mas apesar de sua abrangência, tais citações não definem o termo aqui empregado em sua totalidade, pois para Weber a aceitação e adaptação de determinada forma de conduta não caracteriza por si só a causa da existência do capitalismo moderno, que segundo Weber, encontrou dificuldade para consolidar-se mediante o tradicionalismo econômico, pois, o desejo de lucro nem sempre foi prioridade.

A devoção pelo trabalho e um conjunto de características valorizadas e merecedoras de confiança foram determinantes para o sucesso de certos empreendedores, além disso, a habilidade e a atenção necessária para realização de uma atividade, não é estimulada por baixos ou altos salários, mas fruto de um longo e árduo processo educativo, esse comportamento, Weber denominou por vocação, que será mais explanado no capítulo seguinte.

CAPÍTULO III – A concepção de vocação por Lutero
O capítulo terceiro começa afirmando que a noção de vocação não era conhecida até o advento do protestantismo. A origem dessa palavra não se encontra na bíblia, porém no pensamento de Lutero. Com a valorização do trabalho secular, a palavra vocação, no sentido de ter que cumprir uma tarefa por dever, passou a ter um significado religioso. É esse conceito o ponto central do Protestantismo, pois abandonava a visão católica que defendia o afastamento do mundo material e aceitava a vida dentro dos mosteiros como o caminho para o céu. Para os protestantes, era necessário cumprir suas tarefas no quotidiano. Essa era sua vocação: viver nesse mundo trabalhando como se fosse um santo. Essa visão do trabalho, como vocação, aparece no pensamento de Lutero, após a primeira década de sua atividade reformadora, antes desse período, o trabalho era visto como eticamente neutro. Lutero passou a ver a vida isolada dos monges como uma atitude egoísta. Assim, o trabalho passa a ser visto como uma missão divina.

CAPÍTULO IV – Fundamento religioso e ascetismo laico
Neste capítulo, o interesse do autor se volta para as sanções psicológicas religiosas que orientarão os indivíduos em suas condutas diárias. É necessário ressaltar que essas sanções tinham natureza religiosa, pois, essa conduta moral era encontrada em qualquer uma das segmentações religiosas citadas, independente de seus dogmas. Por conseguinte, o autor fará um breve estudo sobre o dogma a que se refere o protestantismo ascético, para tanto, ele construirá os tipos ideais de cada uma das quatro religiões apresentadas acima. Esse ascetismo abandona o mosteiro e coloca-se na vida, de modo metódico, tentando moldar a rotina diária à racionalidade.

CAPÍTULO V – O ascetismo e o espírito do capitalismo.
No capítulo cinco, Max Weber analisará o protestantismo como um todo, mas, segundo ele, é no puritanismo que a ideia de vocação está mais fundamentada, por isso o autor analisará um de seus teóricos mais importantes: Richard Baxter, que discute a riqueza e sua aquisição. Para ele, a riqueza é um perigo, pois suas tentações são grandes e sua procura sem sentido e moralmente suspeita, por isso, ela é condenada porque faz com que o indivíduo fique relaxado, indo contra a sua verdadeira missão aqui na terra. No puritanismo ascético, o trabalho consciente é agradável a Deus, mesmo se o trabalho for de baixa remuneração. Nessas religiões, isso se tornou uma norma, pois o trabalho deveria ser feito por vocação, a fim de se atingir a graça divina. “O trabalho torna-se um, dever para com Deus”.

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