SE ISOLAR EM CONJUNTO (JÁ TENTAMOS ISSO?)


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Todos temos gostos e preferências, categorizamos e classificamos o mundo em que vivemos, isso é facilmente constatável em nosso dia a dia. Escolhemos nosso vestuário e os lugares onde desfrutamos de nossa vida social, claro que feitas as devidas ressalvas, acreditamos ter um mínimo de controle sobre isso. As questões referentes aos conflitos que abrangem nossas escolhas e comportamentos já foram trabalhadas em outras oportunidades aqui no blogue, você pode conferir mais sobre isso clicando nesse link e neste também. Mas podemos fazer algumas considerações a respeito, como por exemplo o nosso sentimento de pertencimento a um determinado grupo social, independente de poder aquisitivo ou de acesso a bens materiais, o que ficou expresso com a ascensão dos meios digitais, foi o engajamento de um grande número de pessoas em determinadas discussões, claro que existem meios e indivíduos que se beneficiam de fraudes e manipulam os números e gráficos de seguidores em suas redes sociais e também de sites em geral, mas o reflexo do pensamento e da forma de socialização fica registrado e pode ser analisado, e com isso entender que as assim chamadas “bolhas” e os segmentos de interesse, são presentes e bastante enraizados, na forma de uma estrutura que se ergueu ao longo de nosso processo histórico, seja para o bem ou para o mal, dependendo é claro do lado que o indivíduo acredite estar lhe representando. Muito se é questionado sobre a influência digital na formação dos indivíduos em nossa sociedade, mas devemos ir além deste primeiro ponto, pois a internet como um todo, nada mais é do que uma vitrine onde se é exposto e também refletido o modus operante de nossa contemporaneidade.

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Hoje trago um problema que vem me preocupando nos últimos meses, é algo que me tem tirado a paciência em certas ocasiões e que tem prejudicado minha capacidade de interpretação e estranhamento exigida para um bom trabalho de pesquisa e analise dentro do meu papel de cientista social, e isso é muito grave, pois não posso oferecer um comportamento profissional se eu não manter a racionalidade e a serenidade para não fazer um mau uso das oportunidades, e deixar que o senso comum seja objetivo em meu entendimento das situações ao meu redor. Desde setembro do ano passado tenho feito parte de um grupo focado na busca e manutenção de nossa saúde mental, ao longo de nosso processo histórico o senso comum tem tratado esse tema de maneira jocosa e depreciativa, como se aqueles que sofressem ou procurassem ajuda psicológica, neurológica ou psiquiátrica fossem inferiores e incapazes de recuperação, sendo estes vitimas de perseguições e violências morais dos mais variados tipos. Eu fiz questão de trazer o tema saúde mental para a nossa discussão porque ela é causadora, mas não a única, da criação de duas categorias de indivíduos. Uma delas seria aquela formada por aqueles que por causa dos sentimentos reprimidos, saúde clinica não priorizada, e de motivações fruto de traumas e indecisões acumuladas ao longo da vida, e é claro a sua forma de socialização, reagem e se apresentam como uma forma única e final de qualquer conceito ou conjunto de ideias, se denominando como sendo a verdadeira forma de se comportar em sociedade, qualquer coisa que seja contraria a isso é um mal a ser combatido, lembrando que esse comportamento não está vinculado a falta de acesso a educação formal, e nem a não adesão a instituições e nem impede que os indivíduos exerçam alguma atividade profissional, eles se consideram “pessoas normais”. O termo mencionado é utilizado pelas duas partes aqui em questão, mas esta a qual me refiro a tem como caráter de equilíbrio e harmonia social, sendo assim agente do conservadorismo da ética e da moral, é essa sua interpretação é uma base a ser defendida e ensinada as gerações atuais e futuras, mantendo assim uma sociedade “limpa” e com pleno controle de sua manutenção e desenvolvimento.

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O segundo grupo se considera um critico da visão de mundo e práticas dos mencionados anteriormente, mas mesmo não sendo exemplo de uma conduta correta e estarem sob o risco de falhas e más decisões referentes ao seu cotidiano e organização social, assim como a primeira categoria mencionada, fica claro o seu posicionamento sobre questões sociais e temas que estão diretamente ligados ao nosso momento histórico. Esta comparação não visa estabelecer qual grupo de pessoas está mais ou menos correto do que a outra, sabemos que opiniões e decisões são alteradas conforme vamos tendo contato com diferentes realidades e experiências, mas cada um está tendo um papel cada vez mais definidor e objetivo quando me refiro a adesão, permanência e manutenção de grupos sociais, dos mais variados tipos e fins, e em determinados casos, define o indivíduo se opondo até mesmo a orientações e leis, sejam elas, profissionais, religiosas e filosofias de vida, nada mais importa, pois a maneira verdadeira que estas instituições deveriam agir está longe do seu ideal, isso segundo é claro, na opinião e entendimento de cada um. Voltemos para o que consideramos corriqueiro em nossa rotina, sim ela existe mesmo se o indivíduo ou as pessoas que com ele convivem considerarem que não, pois desde o instante que saímos da cama pela manhã, ou então a partir do horário que iniciamos nossas atividades, sejam elas quais forem, nós cumprimos um rito, com nossa própria “liturgia” repleta de normas e leis gerais. Isso nos remete ao inicio de nossa questão, pois o fato de termos acesso a mídias e conteúdos digitais, com um acesso a internet que mesmo com a exclusão e a precariedade do serviço em muitas regiões, nos fez mais dinâmicos socialmente visto o grande número de fóruns e grupos em variadas redes sociais. Antes, interagir e compartilhar opiniões e experiências com pessoas com gostos e perfis semelhantes ou próximos aos nossos, nos era limitado ao nosso grupo de parentesco, profissional, afetivo, escolar ou acadêmico, e tudo isso restrito a nossa região geográfica e da nossa condição econômica e social, hoje isso ganhou uma abrangência nunca antes imaginada, mesmo em momentos anteriores nós já tínhamos a ferramenta de nos escondermos por trás de máscaras comportamentais provindas de um arsenal que hoje se mostra muito bem integrado ao formato digital, e isso traz reflexões e discussões sobre como os efeitos que esta forma de coexistir se apresenta e age em nossa sociedade, e isso é claro, ocorre já a alguns anos, nós apenas despertamos perante a sua gandresa e objetividade em nossas vidas, se você se considera do bem ou do mal, seja lá o que isso signifique para os que estão ao seu redor, você não está mais sozinho.



Comentários

  1. É vdd, as pessoas tem que se, conhecer e isolamento faz parte disso, as vezes perdemos as melhores pessoas pelas nossos julgamento

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