O QUE PENSAM MINHAS OUTRAS INTERFACES SOBRE MIM?

 

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O exercício que proponho é mais complexo do que parece, pois somos acostumados a reagir de maneira única a cada situação por nós enfrentada. Apesar de termos sido, e ainda o somos, socializados e influenciados pelos grupos sociais aos quais pertencemos, ou seja, família, mercado de trabalho e denominações religiosas, nós possuímos camadas que se diferem umas das outras de acordo com nosso estado emocional, sendo assim, usar o termo personalidade, pode se tornar um tanto limitador para definirmos nosso comportamento social. É comum em minha rotina, ter roupas específicas para cada tipo de evento, independente do valor gasto nelas por mim, cada uma delas se adéqua ao evento ou compromisso referente a mim. Passada essa primeira etapa, ou seja, definida a ocasião, chega a parte de escolher os detalhes, que podem variar de um indivíduo para outro, são eles as cores, o modelo, o tipo de corte do tecido, ou seja, aquilo que irá ratificar o nosso modo de interação com outros agentes sociais e situações afins.

Fazendo uma alusão aos períodos do dia, manhã, tarde e noite, de acordo com o nosso condicionamento emocional e físico, decisões e reações podem ser as não muito adequadas, ou então, em sentido contrário, podem ser a coisa certa no momento certo. Assim como existe, de acordo com a linha freudiana da psicanálise, uma divisão da mente entre os níveis consciente, pré-consciente e inconsciente, essa mesma linha da psicanálise identifica outra distinção da mente humana, essa segunda divisão se daria entre Id, Ego e Superego. Ao longo dos anos eu venho notando um distanciamento de uma parcela grande de pessoas de assuntos relacionados ao intelecto, ou melhor dizendo, não apenas a estudos, mas a todo conteúdo relacionado a formas e modelos de pensamento e também a compreensão mínima de como nossa mente interage com o restante de nosso organismo, isso inclui o que vemos no espelho e também o que as outras pessoas identificam como sendo nós.

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Percebo que de forma semelhante ao que o senso comum entende as representações metafisicas, ou seja, religiões ou então credos menos populares, ele também interpreta as ciências como a Psicologia, Psiquiatria, Neurologia, juntamente com a Filosofia e a Sociologia, como sendo áreas distantes de seu entendimento e de seu cotidiano, e que a sua consideração na resolução de algum problema é a afirmação de fraqueza e da não força de vontade de quem sofre com algum sintoma neurológico ou psicológico. De maneira simples, o que denomino senso comum, é o que conhecemos e identificamos de maneira superficial e muitas das vezes repassada de maneira oral, qualquer área de conhecimento ou então o funcionamento de determinada instituição. Esse julgamento e definição pode ser positivo ou negativo sendo que ele em alguns casos está carregado de indefinições e pode prejudicar e até mesmo negar o acesso a algo que tem por objetivo ser o tratamento de inúmeras doenças e auxiliar no desenvolvimento de nossas potencialidades. Em que momento do dia podemos dizer que nosso “verdadeiro eu” está agindo? Quando nós tomamos as decisões mais adequadas para a resolução de nossos problemas? É comum dizermos que nossa personalidade é “forte”, “introvertida” ou “extrovertida”, da mesma maneira que julgamos haverem pessoas dos mais variados temperamentos, sendo assim ser possível categorizar e prever as ações pelo menos dos indivíduos que conhecemos, lembrando que considero as minhas próprias mudanças de comportamento, ao meu estado neuropsicológico, o que determino como estratégias ou formas de reagir a determinados ataques ou interações, terão como base o estado clinico do receptor dessas ações.

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POR DENTRO OU FORA DA CAIXA?

Se considero que nosso estado emocional e clinico é a base para estabelecermos determinadas respostas ao que há em nossa sociedade, como devo categorizar e definir as atitudes e comportamentos que temos consciência de que os utilizamos? A nossa tradição popular e mais uma vez o senso comum já tem estabelecida uma serie de classificações de comportamento e de modos de agir, temos por exemplo a objetividade, onde os indivíduos são pragmáticos e diretos, temos os extrovertidos e comunicativos, também identificamos as pessoas introvertidas e observadoras, ou seja, existem diversas configurações de estilos pessoais, lembrando que estas tem sua gênese em nosso estado de saúde física e mental, acrescido da nossa forma de socialização e interesses, pois somos movidos por medo e desejo, e estes podem variar com o passar de nossos dias.

Então me pergunto, e o que identificamos como o que ficou conhecido como “sete pecados capitais”? Independente do viés religioso, essas sete categorias são observadas em nosso cotidiano, são elas: Gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e vaidade, tudo isso presente em algum grau pelo menos algumas vezes em nosso intimo, não somos perfeitos somo seres supostamente racionais graças a um dedo polegar opositor, ou então uma obra de um ser superior que rege todo o tempo e espaço, ou seja, nos dois casos somos uma consequência, o que difere é a forma como reagiremos as consequências que a escolha por um determinado caminho venha nos trazer, e isso é escolha nossa, eu devo ter contato e aprendizado diário com o maior número de pessoas possível, pois com elas reforçaremos o que acreditamos ou corrigiremos o que nos faz menos merecedores de uma melhor convivência com os que estão a nossa volta. Eu Christiano, amo e prezo a minha bolha, ou seja, o ambiente físico e metafisico que contem os meus gostos e paixões, sejam eles literários, midiáticos, musicais e cinematográficos, mas tenho o desafio de não fazer dela uma prisão sem muros, um lugar com fronteiras que me isolem dos demais e das diversas possibilidades que cada pessoa representa. Sejamos mais que um, sejamos nós, sejamos únicos com o universo que nos rodeia, sejamos parte do poder superior, da forma que cada um de nós o interpreta e o aceita, ou melhor, da forma que seja.

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