CRIANÇA: UM CIDADÃO EM FORMAÇÃO OU UM CONSUMIDOR EM POTENCIAL?

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Nesse mês de Outubro, tenho muitas datas importantes para comemorar, dia onze é comemorado mais um aniversário de minha querida mãezinha (beijo Tereza), temos também no mesmo dia, a data de passagem de nosso querido Renato Russo (dispensa apresentações), e no dia doze além do feriado de Nossa Senhora Aparecida, temos mais um campeão de vendas de nosso calendário sazonal, me refiro é claro ao dia das crianças, aquele dia para presentearmos nossos filhos, sobrinhos e netos.

Muito se fala em inversão de valores, exposição e toda sorte de influência e manipulação das mídias em geral sobre o nosso comportamento, e é claro que esse não é um fenômeno exclusivo da chamada “era da internet” nossa formação cultural é construída de acordo com a assimilação de símbolos que agem de maneira objetiva em nosso comportamento. É um desafio tentar entender o desenvolvimento do pensamento desses seres que tem sua socialização fundada em meio a tanta “informação” e ao mesmo tempo, tão distante de uma formação instrutiva, no sentido de conhecimento e autonomia de pensamento.

Não estou me referindo ao conjunto de normas e regras referentes a educação familiar, a continuidade das tradições e costumes deve ser respeitada e específica do âmbito particular, lembrando que esta não se sobrepõe aos costumes de outras famílias, ao contrário, deve-se buscar o equilíbrio entre elas, ou seja, a articulação entre educação, instrução e informação.

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Toda cultura em determinada época teve seu próprio modo de delimitar o que chamamos de infância, e também as atividades referentes a ela, não cabe aqui julgar, antes disso que tal refletirmos sobre o que acontece dentro de nossos muros? Sim, muros estes que levantamos ao redor de nós mesmos quando, por exemplo, ficamos comovidos com as crianças refugiadas por causa de guerras e não nos atentamos para a criança ao nosso lado, ou então quando entendemos que um presente caro possa substituir algumas horas de atenção e companhia, ou até mesmo fazer aquele “programa família” cheio de gastos e ostentações, que tem é claro seu papel de lazer, mas que sem percebermos acaba “ensinando” a nossas crianças que consumo é um fim em si, e que não se pode fazer coisas interessantes e prazerosas simplesmente numa caminhada, num passeio a casa dos parentes, ou simplesmente conversar, ou então juntar todo mundo e fazer aquele cachorro quente caseiro (caramba como é bom).

Entenda, não quero que abandonemos a ida ao cinema nem ao shopping, sugiro que façamos um revezamento, o problema não é o presente do dia das crianças, o problema é quando o presente se torna sinônimo de boa relação com quem quer que seja, faça do brinquedo, videogame, bicicleta ou seja lá qual for o gosto da sua criança, um complemento não a única opção.


 

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